A origem de Quiterianópolis data do século XVIII. Por volta dos anos 1770, aqui era uma fazenda pertencente a Quitéria Gonçalves de Lima e seu esposo Tenente José Nunes Batista. Localizada à margem direita do Rio Poti, na época denominado Riacho Itaim, a propriedade chamava-se fazenda Santa Quitéria. Foi uma homenagem à Quitéria de Lima, que doou uma área para servir de cemitério, pois já havia sido sepultada muita gente no local.
No ano de 1778, Quitéria de Lima e José Nunes vão ao município de Marvão (atual Castelo do Piaui), no vizinho estado do Piauí. A viagem teve como objetivo falar com o vigário da paróquia daquela cidade e pedir permissão para construir uma capela, em Santa Quitéria, para que os moradores do povoado praticassem suas devoções. Na época, tinha-se o costume de rezar o terço nas casas. O santuário foi construído, em homenagem a Nossa Senhora da Conceição.
Em 19 de maio de 1788 o casal resolve doar os bens para a manutenção e construção final da capela. Era meia légua de terra em quadro, seis éguas e trinta vacas. A doação foi oficializada e os bens ficaram na responsabilidade do senhor João Pereira de Lima, Tenente José Lopes e Coronel Raimundo de Oliveira.
João Pereira de Lima ficou responsável pela Igreja e o Tenente José Lopes ficou cuidando das terras. Já as vacas e éguas ficaram na responsabilidade do coronel Raimundo de Oliveira. O Termo de Doação foi realizado na Vila de Piranhas (atual Crateús) e registrado no Cartório Mourão, na cidade Castelo do Piauí. Naquela época, toda a nossa região pertencia ao Piauí e a capela fazia parte da freguesia de Oeiras, Diocese de São Luis do Maranhão.
Ao decorrer do tempo, (por volta de XIX) Quitéria de Lima e José Nunes faleceram e apareceu um herdeiro do casal, vindo do estado da Bahia. Mas o parente respeitou a decisão da saudosa família. O tempo passou, novos moradores chegavam e o povoado começou crescer. O então povoado de Santa Quitéria passou a pertencer ao Estado do Ceará, como distrito de Independência. As dificuldades eram grandes, as pessoas se locomoviam através de animais e as doenças eram curadas com raízes de ervas.
Não havia médicos e enfermeiros na região. Só existia uma única parteira, a Senhora Antônia Maria da Conceição ou Mãe Tainha. Ela se deslocava nas costas de um animal para fazer os partos e no período invernoso atravessava o rio ou riacho em cama de couro de gado.
No dia três de setembro de 1925 foi criado o Cartório de Registro Civil neste povoado. O senhor José Daniel Vieira foi nomeado como primeiro oficial e atuou por algum tempo. Depois, assumiram os Senhores José Pessoa Filho, Manuel Marques do Vale, Raimundo Fernandes de Souto, Antonio Lira Coutinho, José Fernandes Sales e, em 1959, tomou posse como tabelião, o senhor Raimundo Vieira do Vale, que atuou até o ano de 1993.
Raimundo Vale foi um dos historiadores de Quiterianópolis. Homem simples, humilde e com vasta educação simbólica e familiar. Nasceu em 12 de Abril de 1923 e faleceu em 28 de abril de 2003.
Formação administrativa
Distrito criado com a denominação de Santa Quitéria, pelo decreto estadual nº 1156, de 4 de abril de 1933, subordinado ao município de Independência. Em face do decreto lei nº 448, de 20 de dezembro de 1938, o distrito de Santa Quitéria passa a denominar-se Coutinho. Na época, a comunidade tinha como representantes: Macário de Sousa, conhecido por Padre Vaginha, e os políticos Miguel Eusébio Gomes Coutinho e João Gomes Coutinho.
Miguel Coutinho e João Coutinho foram homenageados com o nome da vila. O primeiro era tio e o segundo era pai do ex-deputado Alceu Vieira Coutinho. A família Coutinho era radicada na região e tinha largo prestígio político.
A lei nº 6.444, de 21 de julho de 1963, elevou o distrito de Coutinho à categoria de município, compreendendo os distritos de Coutinho e Algodões, ambos desmembrados de Independência. Mas, sem que a decisão legislativa se efetivasse, diante da revogação contida na lei nº 8.339, de 14 de dezembro de 1965, Coutinho volta a ser anexado ao município de Independência, como simples distrito.
Economia
No período de Vila Coutinho a economia local era movimentada pela agropecuária, o comércio alimentos e grãos e as lojas de tecidos. Os grandes fazendeiros eram: Francisco Domingos, Manoel Zacarias, Hildo Oliveira, Francisco Pedrosa, Macário Souto e João Sales. Os principais produtos agrícolas eram a cana-de-açúcar para produção de rapadura, mandioca, algodão, milho, feijão, oiticica, fava e mamona.
Meio de Comunicação
Nos anos de 1950, Vila Coutinho contava com uma média de 50 famílias. A comunicação com povoados, vilas e cidades próximas era feita através de cartas enviadas por um mensageiro, que cumpria essa tarefa montado em lombo de cavalos ou mulas.
Códigos Distritos Ano de Criação
231126405 Quiterianópolis 1986
231126410 Algodões 1957
231126420 São Francisco 1957
Política
Os políticos natos do distrito de Vila Coutinho foram os vereadores:
Legislatura de 1963 a 1966
João Francisco de Lacerda
Manoel Francisco de Lacerda
Legislatura de 1967 a 1970
Leonel Gonçalves
Miguel Francisco de Melo (Miguel Duda)
Nesse período de Vila Coutinho foram construídas algumas obras que até hoje têm muita utilidade para a população quiterianopolense e aqui destacamos algumas delas.
Açude Gentil: Construído em 1952.
Escola Jerônimo Alves de Araújo: Obra que iniciou em 1958 e foi concluída em 1962, com o apoio do político Gerônimo Alves de Araújo.
Grêmio Recreativo: Construído em 1969, por um grupo de jovens, conhecido por JAC (Juventude Agrária Católica).
Açude Novo: construído em 1972.
Barragem Colinas: Obra feita em 1980.
Escola Roberto Antunes de Freitas: Construída em 1983, por intermédio do deputado Claudino Sales, com recursos estaduais. A obra foi feita em um terreno da prefeitura e o prefeito Adonias Carneiro Portela registrou a escola como municipal. Nessa escola funcionou uma unidade educacional da Campanha Nacional de Escolas da Comunidade (CNEC).
HINO DE QUITERIANÓPOLIS
Para nossa alegria, chegou da Bahia, no Ceará
Entre as serras, na linda terra, resolveu ficar
Quitéria de Lima, coragem ela tinha, para trabalhar
É realidade a nossa cidade nasceu pra mudar
Refrão
Quiterianópolis, cidade tão bela, unidos estamos, lutando por ela
Com fé e a mor, seus filhos irão, mostrar seu valor, no nosso Sertão
Céu azul lindas matas, é o que retrata, nossa região
Nosso solo é fértil, contamos por certo, com a produção
Arroz, milho e feijão, produto do lavrador, daquele sonhador
Humilde de conduta
Homem bravo na luta e corajoso no amor
A sua existência, é dádiva de Deus para o povo cristão
É pura verdade
É felicidade em nosso coração
A estrutura é moderna, o Rio Poty banha a terra
Com suas águas tão lindas
A cidade se enfeita
Fica à margem esquerda do Açude Colinas
Autor: Francisco Domingos Marinho (Xavier)
BRASÃO
BANDEIRA